Fazenda Ponte Alta

Fazenda Ponte Alta

A Fazenda Ponte Alta teve como primeiro proprietário José Luiz Gomes, futuro Barão de Mambucaba, então proprietário em Angra dos Reis. Por volta de 1808, o Barão ocupou sesmarias nesta região, cujas terras pertenciam à enorme Fazenda de Santa Cruz, que havia pertencido aos Jesuítas. Fundou a Fazenda Ponte Alta por volta de 1830, porém não fez desta sua principal propriedade.

Em 1855, com sua morte, a fazenda tornou-se propriedade de José Gonçalves de Oliveira Roxo, futuro Barão de Guanabara, que edificou casa, já no apogeu do café, com todas as suas benfeitorias, inclusive grande aqueduto, em pedra, para abastecer os engenhos, levando água para os moinhos. Em 1875, com a morte do Barão da Guanabara, seu pai, o Barão de Vargem Alegre, comprou a fazenda da nora, com 306 escravos. Em 1879, passou, por herança a seu filho, o Comendador Raymundo Breves de Oliveira Roxo. Foi ele quem enfrentou a crise do café até entregar a fazenda, em 1890, para pagamento de dívida com a carteira hipotecária do Banco do Brasil.

Executada esta e muitas outras dívidas pelo Banco, este vendeu as fazendas ao Coronel Arthur Ferreira Torres. Em 1900, em pacote que inclui mais 19 outras propriedades, a Fazenda Ponte Alta foi adquirida pelo Comendador, e Conde, Modesto Leal. João Leopoldo Modesto Leal foi negociante de imóveis e de sucatas de navio. As fazendas foram adquiridas no momento em que se fez substituição da agricultura pela pecuária, particularmente, a pecuária leiteira no Vale do Paraíba. A fazenda se situava, originalmente, no município de Vassouras, passando depois a divisão geográfica de Barra do Piraí, pela criação deste município em 1890. Em 1936, a Ponte Alta foi propriedade da neta do conde, Dona Isabel Modesto Leal – Dona Isa –, que construiu, no lugar da antiga sede, a casa de pedra que hoje encontramos. Dona Isa foi amiga pessoal de Getúlio Vargas, então Presidente do Brasil, aqui ele comemorou os seus últimos cinco aniversários, além de ter feito muitas outras visitas ao local.

Em 1960, a fazenda foi adquirida por Nellie Pascoli, empresária do ramo da mineração, co-fundadora do Grupo CAEMI. Dona Nellie era apreciadora da arte brasileira e, em especial, da fase histórica do Brasil Colônia e Império. Assim, em 1972 ela recuperou o antigo moinho de pilões de café da fazenda, num projeto arquitetônico de Jorge de Souza Hüe, utilizando mobiliário e peças dos séculos XVIII e XIX.

Da casa-grande original pouco se pode dizer além de sua localização. De qualquer forma é bastante clara a implantação do quadrilátero funcional nesta unidade de café. No alto mais acima, a casa grande, na entrada lateral os moinhos e engenhos, na linha inferior as senzalas que encontram todo o antigo terreiro de café aqui em dois níveis. Em 1982, a senhora Nellie Pascoli morreu e deixou a Fazenda Ponte Alta como herança para seus sobrinhos, Evelyn e Ricardo Pascoli.

Evelyn Pascoli, falecida em Janeiro de 2003, foi a grande pioneira do Turismo Cultural no Vale do Paraíba, tendo criado o Sarau Histórico, no qual a história da fazenda, como parte do contexto geral da história do Vale do Paraíba e do Brasil, é narrada teatralmente, permitindo ao turista um mergulho no passado e uma redescoberta do presente. Diretora-Executiva do Instituto PRESERVALE por quatro anos, secretária de Turismo de Barra do Piraí, empresária de sucesso e personalidade carismática, cativante e alegre, Evelyn Pascoli impulsionou tremendamente o turismo na região.

Hoje a Fazenda Ponte Alta tem como atividades a pecuária, a criação de cavalos da raça Mangalarga Marchador e o Turismo Cultural e Pedagógico, desenvolvidos na Pousada Fazenda Ponte Alta.